sexta-feira

Ter um projecto é a questão decisiva para um político...

 

.. E é isso que não se encontra hoje em Portugal. 
Estamos completamente dependentes da Europa para sermos gente.




Num rectângulo que, cada vez mais, parece minguar: de pessoas qualificadas que são obrigadas a emigrar, como ao tempo de Passos Coelho, num país de velhos e com uma taxa de natalidade regressiva, o que nos torna profundamente dependentes da imigração, até para suprir questões relacionadas com o mercado laboral, e não apenas com a natalidade. 

Estes desafios criam na política e nos actores políticos uma pressão suplementar, designadamente nos políticos que passaram a ter de esclarecer as suas intenções e projectos para o futuro. E o futuro é, por natureza, o campo de acção do agente político. 

Se formos mais longe, a equação do futuro consubstancia-se na tal visão de uma sociedade nova, traduzida em factos que possam organizar esse mesmo futuro coletivo. Ou seja, esse projecto, essa visão devem integrar-se num "grande projecto" - que deverá simultaneamente ser galvanizador duma nação, sob pena de a falta de entusiasmo questionar todo o edifício moral, económico e político dum país.

Tal projecto não pode resultar apenas dos pacotes financeiros aprovados em Bruxelas, e evocar a sigla do PRR, como se este fosse a panaceia para todos os nossos males. Devemos poder saber defender os direitos humanos sem descurar a segurança; libertar a economia do excesso de Estado (leia-se, de impostos) sem, contudo, negar a existência dum Estado com autoridade e que cumpra as suas funções económicas e sociais; zelar por uma mais justa distribuição das riquezas produzidas sem penalização da livre contratação, como forma mais eficaz de gerir a sociedade; ajustar as leis à evolução dos costumese das mentalidades e, ao mesmo tempo, preservar os valores morais e a tradição.

A História parece oferecer a lei do eterno retorno das ideias, das situações e dos problemas comuns sempre recorrentes. Os ciclos vão e vêm, com os movimentos do liberalismo, do socialismo, da liberdade, da guerra e da paz, da mudança, da soberania no contexto de sociedades mais ou menos permissivas e mais ou menos repressivas.

Tivemos meio século de ditadura seguido de meio século de democracia, mas se nos perguntarem qual é o desígnio de Portugal atualmente, não sabemos. Neste último ano, por força de escândalos que se sucedem lamentavelmente no seio do governo e a  uma velocidade estonteante (que não deixa espaço e tempo para a governação); nada é mais arriscado do que afirmarmos essa tal visão apenas assente nos fluxos financeiros do PRR que, por sinal, merece a queixa generalizada da grande maioria dos empresários, que não podem contar com um Estado e administrações públicas agéis, eficientes, transparentes e com uma atitude friendly perante o empresariado, que é quem efetivamente cria riqueza e prosperidade em Portugal. 

Pede-se um desígnio para a nação acompanhada de administrações públicas agéis, mas o que encontramos é um universo de intriga palaciana temperada pela mediocridade e a banalidade. 

Como governar bem perante um quadro diário em que ministros conflituam entre si, adiantam mensagens contraditórias para a opinião pública, interferem grosseiramente na gestão das empresas públicas, retirando-lhes depois legitimidade de tutelar com rigor e credibilidade essas mesmas empresas públicas em que o Estado tem participações sociais.

O desaparecimento do império e das colónicas deixou-nos completamente à mercê dos fundos europeus, mas essa dependência encurtou-nos significativamente o nosso campo de acção, agravado por um Estado (socialista) que está há quase uma década seguida no poder e nem por isso tem conseguido fazer as reformas na economia e na sociedade que se impõem. 

António Costa detesta fazer reformas no Estado, porque isso vai contra interesses instalados, mas a realidade e o bem comum (Aristóteles), o tal interesse/vontade geral (J.J. Rousseau) aconselhavam a que já se tivesse feito inúmeras reformas, designadamente na estrutura, funcionamento e agilidade do próprio Estado que hoje ainda é demasiado pesado, razão por que o governo socialista sobrecarrega os portugueses com uma das mais onerosas cargas fiscais da Europa, como evidencia o último relatório da OCDE.

Governar não se reduz a dar umas migalhas às reformas dos nossos velhos em momentos pré-eleitorais ou sob pressão do majistério de influência do PR, descurando os salários dos jovens que saem da faculdade; governar não é permitir que o mercado da habitação atingisse o nível de usura e inflação que temos entre nós, obrigados que fomos a expulsar as pessoas do centro das cidades e dos bairros históricos para aí serem plantados AL; governar é um acto mais nobre do que apresentar medidas de carácter publicitário para folclore político e alienar as massas e, no limite, o poder em funções se perpetuar ainda mais em funções, mesmo que revele impreparação e incompetência para o seu exercício. 

Governar é antecipar o futuro e reforçar as melhores condições de vida do presente. E o Portugal destes últimos anos entrou num marasmo, mesmo em maioria absoluta, e isso deve-se, essencialmente, à rotinização do poder pelo mesmo partido que faz com que os interesses instalados continuem ainda mais instalados, o que lesa profundamente o bem comum dos portugueses.

Por vezes, é preciso abrir a janela e deixar entrar ar fresco, porque a sala já tem um cheiro fétido, prenúncio de que algo vai mal nesta República sem destino, neste rectângulo cada vez mais na cauda da Europa..


Do liberalismo de Jonh Locke à soberba ignorante do ainda ministro cabrita

EVOCAÇÃO DO FILÓSOFO JOHN LOCKE


Da série: vai estudar, pá!!!

Todos os partidos têm um "Relvas". O cabrita é o relvas do PS

 

Confesso que nunca esperei ter de evocar o grande filósofo inglês, John Locke (pai do individualismo liberal) e de o relacionar com a ignorância funcional e a soberba do ainda ministro da Admn. Interna, e. cabrita cuja perniciosa acção política só nos pode levar a escrever o seu nome em letra pequena, muito pequenina. 

Não valerá a pena dissertar muito acerca do séc. XVII, que foi marcado pelo antagonismo entre a Coroa e o Parlamento, controlados, respectivamente, pela dinastia Stuart, defensora do absolutismo, e a burguesia ascendente, partidária do liberalismo. Também não importará entrar na deriva segundo a qual esse conflito  assumiu conotações religiosas e se mesclou com lutas sectárias entre católicos, anglicanos, presbeterianos e puritanos. Mais tarde, em 1640, aquela rivalidade económica entre os beneficiários dos privilégios e monopólios mercantilistas concedidos pelo Estado e os sectores que advogavam a liberdade de comércio e de produção, atingiu um pico. 

Que se traduziu numa sangrenta guerra civil, pois o confronto entre o rei Carlos I e o Parlamento envolveu o país num banho de sangue que só terminou em 1649 com a vitória das forças parlamentares. Depois operou-se a revolução puritana, que culminou com a execução de Carlos I e a implantação da república na Inglaterra. Naturalmente, estes factos e dimensão histórica são completamente desconhecidos do ignorante cabrita que se tem aproveitado dos respaldo das funções de estado que ainda exerce para cometer as maiores barbaridades públicas, como mandar as forças policiais albergar imigrantes escravizados em propriedades particulares e sem o consentimento dos seus legítimos possuidores e proprietários. 

Só mesmo um socialista de pacotilha, como o cabrita, se arroga o direito de dispôr assim dos bens alheios e com manipulação execrável das polícias. Claro que foi após os horrores da guerra civil, da consumação do regicídio e da instauração da férrea ditadura de Cromwell, que Thomas Hobbes, refugiado em França, publicou o Leviatão (1651). O livro era uma apologia do Estado todo poderoso que, monopolizando a força concentrada da comunidade, torna-se fiador da vida, da paz e da segurança dos súbditos. 

Sucede, porém, que cabrita, mal  comparado, há muito que já está queimado num governo muito desgastado, que, apesar de tudo, também é um governo minoritário, consequentemente, não se devia permitir a aventuras ou derivas autoritárias daquelas a que se permitiu em Odemira.  Manipulando, simultaneamente, as forças policiais e os imigrantes escravizados aqui tratados como cães abandonados numa valeta gerada pelo Estado conduzido pelo sr. cabrita. O mesmo que agora simula preocupação com os seus direitos e condições de vida e de trabalho. E tutela ele o SEF e outros organismos superiores do Estado cuja incumbência devia zelar pelas condições dos imigrantes que são admitidos em território nacional e demandam Portugal para fazer trabalhos rejeitados pelos indígenas do rectângulo, os mesmos que vivem dos subsídios de Estado que este vai buscar aos impostos dos contribuintes. 

J. Locke é considerado o defensor da liberdade e da tolerância religiosa, fundador do empirismo, doutrina segundo a qual todo o conhecimento deriva da experiência. A sua teoria da tábua rasa é, portanto, uma crítica à doutrina das ideias inatas, formulada por Platão e retomada por Descartes, segundo a qual determinadas ideias, princípios e noções são inerentes ao conhecimento humano e existem independentemente da experiência.  

Contudo, o que é mais relevante em Locke para a nossa questão, que envolve o ainda ministro das polícias sem autoridade, o que é um contra-senso,  é o seu Segundo tratado, um ensaio sobre a origem, extensão e objectivo do governo civil. Nele, Locke sustenta a tese de que nem a tradição nem a força, mas apenas o consentimento expresso dos governados constitui a única fonte do poder político legítimo. Este filósofo tornou-se célebre por este Segundo tratado, que, no plano teórico, representa um importante marco na história do pensamento político, e, a nível histórico concreto, exerceu enorme influência sobre as revoluções liberais da época moderna. É óbvio que quando se ouve o ainda ministro das polícias sem autoridade falar rapidamente se constata que a sua cultura política é nula, e de história do pensamento moderno também sabe tanto como o tratamento que os serviços de estrangeiros por si tutelados dispensam aos imigrantes em Portugal.  

Daqui decorre que  o sr. cabrita não percebeu, nem ninguém ainda do Largo do Rato lhe explicou, que a passagem do chamado estado de natureza para o estado civil se opera mediante um agente/mediador - que é o contrato social. Ou seja, em Locke o papel que o indivíduo ocupa é prévio quer à sociedade quer ao próprio Estado, donde resulta a sua concepção individualista em que os homens viviam originalmente num estágio pré-social e pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade, designado estado de natureza - que o sr. cabrita, na questão que envolve os imigrantes escravos de Odemira decadentemente personifica.  

Este estado de natureza era, contudo, diverso do de T. Hobbes - modelado pela insegurança e violência. No estado de natureza de Locke era a paz, a concórdia e a harmonia que imperavam. E seria assim que devia agir um Estado que precisa da mão-de-obra imigrante, como o Estado português, cuja taxa de natalidade é negativa e na sua estrutura social já não dispõe de pessoas que queiram trabalhar na agricultura sob aquelas condições miseráveis, privadas de direitos sociais básicos, e, muitas delas, prisioneiras das máfias que as arregimentaram e lhes cativaram o passaporte para, desse modo, as controlar como gado em campo aberto. Tudo sob a conivência política e administrativa do alto ministério do sr. cabrita. 

A teoria da propriedade em Locke utiliza ainda a noção de propriedade numa segunda acepção que, em sentido estrito, significa a posse de bens móveis ou imóveis. Se para T. Hobbes a propriedade inexistia no estado de natureza; em J. Locke, por contraponto, com a emergência da sociedade civil, a propriedade já tinha uma existência no estado de natureza, pelo que o Estado jamais poderia violar ou amputar essa liberdade de propriedade, que o sr. cabrita desconhecia, que é, de facto, uma instituição anterior à sociedade e também um direito natural que não poderia ser violado pelo Estado.  

O sr. cabrita desconhecia, salvo se a teoria se lhe aplicasse a si directamente ou a familiares seus, que o homem era naturalmente livre e proprietário da sua pessoa e do seu trabalho. O trabalho era, na concepção de Locke, o fundamento originário da propriedade. E se esta era instituída pelo trabalho, também não seria o Estado, socialista ou neoliberal, que se arrogaria o direito de lhe impôr limitações ou condicionamentos. Naturalmente, se é o trabalho que provoca a diferença de  valor em tudo quanto existe, em certa medida, é essa teoria do valor-trabalho que, mais tarde, originará as teorias desenvolvidas por David Ricardo e Adam Smith, economistas maiores do liberalismo clássico, a que o sr. cabrita é rotundamente alheio. 

Ora, foi para superar um conjunto de inconvenientes - como a violação da propriedade (da vida, da liberdade e dos bens) que, segundo Locke, os homens se uniram e estabeleceram livremente entre si o chamado contrato social, o qual realiza a passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil que o sr. cabrita revelou, grosseiramente desconhecer e desprezar. O que num verdadeiro socialista é inaceitável, quanto mais num agente político ferido de morte, impreparado e que governa com os pés, como se viu no caso da morte do cidadão ucraniano, um ministério tão sensível como a tutela das polícias e da administração interna.  

Em Locke, ao invés de Hobbes - em que os homens firmam entre si um pacto de sujeição para preservar as suas vidas e transferem para o Leviatão essa mega-competência coerciva, - o contrato social é, antes, um pacto de consentimento em que os homens concordam livremente em formar a sociedade civil a fim de preservar e consolidar ainda mais os direitos que possuíam originalmente no estado de natureza. Significa isto, e o Supremo Tribunal  Administrativo veio confirmar essa mesma razão jurídica aos proprietários da ZMar, que no estado civil os direitos naturais inalienáveis do ser humano à vida, à liberdade e aos bens estão melhor protegidos sob o amparo da lei, do árbitro e da força comum (desempenhada pelos tribunais) do que da vontade autoritária dum ministro errático que não sabe o que pensa, diz e faz e já provou, à náusea, que é impreparado para o desempenho do lugar. 

Acresce ainda a circunstância, que o sr. cabrita ignora, pelas limitações intelectuais de que é portador, que no que diz respeito às relações entre o governo e a sociedade, Locke afirma que, quando o Executivo ou o Legislativo violam a lei estabelecida e atentam contra a propriedade, o governo deixa de cumprir o fim a que fora destinado, tornando-se ilegal a sua acção e degenerando em tirania. E o que define esta é o exercício do poder para além do direito, visando o interesse próprio e não o bem público ou o interesse geral de que viria a falar mais tarde J. J. Rousseau. Enfim, realidades alheias, ou "alheiras", à pobre mente dum ministro que só o é pela hiper-cunha dum PM que teria problemas em engolir o seu orgulho em demitir aquele nado-morto da política à  portuguesa e, simultaneamente, assumir uma derrota política que manifestamente não quer reconhecer perante os adversários políticos. A. Costa prefere antes sacrificar o país para se poupar a si e ao lamentável ministro que ampara na queda há mais de um ano (1 ano!!!).  

Numa palavra: o direito de propriedade é um direito inalienável do indivíduo, como o direito à vida, à liberdade. No seu conjunto integram o cerne da sociedade civil. Aqueles direitos como que preexistem ao Estado, e este radica o seu poder e legitimidade no consenso, de subordinação do poder executivo ao legislativo, de um poder limitado pela lei, i.é, pelo Direito (de resistência, se necessário for!!!). 

O Estado não tem sabido zelar e recuperar o seu imenso património imobiliário, muito dele em péssimas condições e devoluto, e procura transferir esse ónus para os desgraçados dos contribuintes que já estão carregados pela maior carga fiscal de que há memória em Portugal no pós-25A. Seria esse mesmo património imobiliário, uma vez recuperado, que deveria servir para dar condições de habitabilidade condignas aos indígenas e também aos imigrantes que nos procuram para melhorar as suas condições de vida e de trabalho. Mas é precisamente isso que o Estado do sr. cabrita não faz, dando um péssimo exemplo à sociedade e a todos quantos assistem a esta grosseira violação dos direitos humanos perpetrada por um governo que se diz cultor e promotor daqueles mesmos direitos humanos - que permite sejam violados à saciedade, como um esgoto que polui o ambiente a céu aberto... 

E é por este conjunto de razões (sociológicas, jurídicas e filosóficas) que, neste particular, o sr. cabrita e o governo que o ampara na queda, andaram muito mal, esperando, naturalmente, que os portugueses saibam tirar as devidas ilações de mais uma cena "à Tancos" com que o executivo socialista premeia os portugueses. 

Pior seria impossível, e, é, confesso, com pena que o penso e escrevo. 

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domingo

The Rise and Fall of Diego Maradona: A True Symbol of Argentina

 Nota prévia: A vida de Maradona encerra uma dupla lição: por um lado, revela a brutal determinação e talento que consagrou a sua carreira, fazendo dele um dos maiores futebolistas do séc. XX, especialmente tratando-se de um miúdo oriundo de um meio extremamente pobre e cujo ideal, confessadamente, consistia em comprar uma casa para os pais; por outro lado, a sua vida traduz também tudo aquilo que um futebolista não deverá nunca fazer: entregar-se ao vício, ficar prisioneiro de organizações criminosas, ser imaturo e irresponsável nas suas relações privadas, tamanho foi o seu ego - que coexistia com uma personalidade e um carácter frágeis, inseguros e sem rumo. Maradona foi tudo isso, para o melhor e para o  pior. Creio, contudo, que o balanço não foi lá muito positivo, pois perdeu coisas que nem o dinheiro nem a fama do futebol conseguem comprar, como os afectos e o respeito da família, dos amigos e da sociedade. Além duma vida breve que, porventura, poderia ter sido mais alongada acaso não tivessem sido cometidos os conhecidos excessos. 

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The Rise and Fall of Diego Maradona: A True Symbol of Argentina

Why Maradona’s life and death has reverberated throughout the world.

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Takeaways


In many ways, Maradona exemplified all things Argentine. He rose from extreme poverty to unprecedented wealth -- only to squander much of it.
Maradona’s great skills were accompanied by an overextended ego -- and an inability to live in the real world.
Maradona had the combination of the unstoppable power of a bulldozer -- with the grace of a fast-footed ballet dancer. But his influence extended beyond the soccer field.
Argentina rose from a poor country to one that was among the most developed countries in the world by the beginning of the 20th century.
It is for nearly a century that Argentina has been a very pale shadow of its glorious former self. It is addicted to consumption and debt.
Borrowed money is Argentina’s drug to maintain a lifestyle of a rich nation. Argentines soak it up to live in relative luxury -- only to crash yet again.

Diego Maradona has died — and with him died one of the greatest soccer players of all time.

In many ways, Maradona exemplified all things Argentine. He rose from extreme poverty to unprecedented wealth, only to squander much of that wealth.

Maradona’s great skills were accompanied by an overextended ego and inability to live in the “real world.” The admiration paid to him by non-Argentines accompanied by their equal loathing of his blatant disrespect for the rules of the game.

Half-angel, half-devil

All of that was on full and laser-focused display in the quarter-final match between Argentina and England during the 1986 World Cup in Mexico.

In that match, Maradona’s legacy was cemented forever by his two goals against the English: The first one is notorious because it was scored irregularly with his hand, to which he readily admitted (but also vainly referred to as “the hand of God”).

And then, there was the eternal majesty of his second goal. Maradona ran like a ballet dancer for 60 yards, out-dribbling five English opponents as if they were cardboard cutouts — before leaving goalkeeper Peter Shilton on his backside and sending the ball into the net.

Argentina won the match 2:1 and eventually the World Cup against Germany. But the combination of the two goals against England led the French newspaper L’Equipe to describe him as “half-angel, half-devil.”

Maradona and the character of Argentines

Maradona’s arc of life, in a remarkable way, is a reflection of Argentina’s modern history.

After adopting a new constitution in 1853 and introducing institutional reforms, Argentina rose from a poor country to one that was among the most developed countries in the world by the beginning of the 20th century.

In fact, in 1913, Argentina’s GDP per capita stood at 72% of that of the United States. Argentina held a great deal of promise for its citizens. And many Argentines have continued to live in that dream world although its time has long passed.

A golden past, long passé

Following the 1930s, Argentina fell into a steep and steady decline and today its GDP per capita is a mere 18% that of the United States.

In the main, this decline is due to sheer and continuous economic mismanagement — as well as unreasonably high expectations by the Argentine people.

Under Juan Perón — and countless presidents after him — Argentina, therefore, resorted to infinite borrowing to live in the world it once knew.

Debt junkie

At this juncture, it is for nearly a century that Argentina has been a very pale shadow of its glorious former self. Argentina is addicted to consumption and debt.

Worse, it is a serial debt defaulter — funded over and over again by the international financial community apparently still blinded by the country’s long-gone golden days.

Stuck in reverse

In Argentina’s case, the glorious past of once being one of the largest economies in the world has lived in the minds of Argentines forever — except that the “footballing” days of Argentina’s economy have long been over. But the thirst for the heydays never subsisted.

This borrowed money is Argentina’s drug to maintain a lifestyle of a rich nation. Argentines soak it up and live — for brief periods of time — in relative luxury reliving their “footballing” days, only to crash yet again when they must pay the bill. What follows are times of economic and – yes — national depression.

From Maradona’s grace-cum- bulldozing…

Likewise, Maradona, who was born in poverty, became a very successful footballer with seemingly unlimited potential.

He dazzled audiences globally by providing a seemingly impossible combination of the unstoppable forward power of a mighty bulldozer with the utter grace of a fast-footed ballet dancer. For that, Maradona was rewarded with countless awards — and loads of money.

… to Maradona’s steady fall

From the Olympus of being the best footballer in the world, he went on a downward tailspin, addicted to drugs supplied by a sheer endless list of dealers. His health declined, cocaine caused heart disease and he suffered from his first heart attack at the age of 43.

Between his active career and his ultimate and premature death, Maradona was aided and abetted by so many who wanted to bathe in his former glory.

They awarded him with well-paid coaching jobs for which he was always under-qualified. Without them, his reckoning with reality might have come early and his defeat from drugs and alcohol might have been avoided.

Maradona and monetary policy

But Maradona’s influence even extended beyond the soccer field into economics and history.

Perhaps the most amazing tribute to Maradona came in 2005, when Lord Mervyn King, then Governor of the Bank of England, explained in a speech how Maradona’s two goals against England perfectly explained monetary policy.

The first one, according to Lord King, summed up the old “mystery and mystique” approach to central banking. It was “unexpected, time inconsistent and against the rules.”

As for the second goal, Lord King saw it as a parallel to “the power of expectation in the modern theory of interest rates.” Maradona’s 60-yard dash outplaying five English opponents was only possible, King explained, because he ran in a straight line when all English players expected him to verve either left or right.

The “King” was serious

And in King’s view, successful monetary policy could work in a similar way if central banks stayed focused on their goal and defied market expectations.

In that way, central banks were able to influence economic outcome without changing rates by much, as the Bank of England — according to King — had successfully demonstrated in years prior.

It is no surprise that the former Governor of the Bank of England saw this analogy, given the historically contentious relationship with Argentina and the sting of the 1986 defeat through — as many English see it — Maradona’s act of fraud.

A historical revenge

From the Argentine perspective, the 1986 World Cup quarterfinal also was far more than a regular — albeit important — football game.

Its result was an act of revenge. Maradona’s irregular first goal, and the pride with which he defended the unfairness of it, was payback — small as it was — for Britain’s military victory over Argentina in 1982 during the Malvinas/Falkland Islands conflict.

That short war over a set of islands off the shore of Argentina, but under British control is as unforgotten by Argentines as Maradona’s “hand of God” goal is by the English.

Maradona and the war over the Malvinas

The British victory galled all Argentines, who have historically considered the Malvinas as their national territory.

Winning the World Cup four years later, most importantly by beating England in the process and doing so — in part — through an irregular goal by the country’s God-like figure (Maradona) soothed the hurt national feelings of many Argentines over the loss of the Malvinas — populated by just 3,000 people and 500,000 sheep.

Who is the best footballer ever?

Maradona is often placed with Pelé, Messi and Cristiano Ronaldo as one of the four best soccer players ever.

That debate is a futile one. All were and are unique players with vastly different skill sets. Nobody can beat Pelé on his effortless, elegant play. Nobody can beat Messi on unmatched combination plays with his teammates.

Nobody can beat Cristiano on his scientific, self-obsessed approach to personal fitness that keeps him as valuable at 35 as he was 10 years ago. And nobody can replicate the sheer magic when Maradona caressed the ball.

Conclusion

But in one sense, and without any intent on his part, Maradona stands out. His impact has been felt way beyond the hundred yards long soccer pitch.

In his case, this was not due so much through contributions to charities which many players support. But simply because of the euphoria and the tragedy that defined his life.

And yes, today Argentina is crying for him and may a little bit for itself.

in The Globalist.

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sexta-feira

Evocação de Saldanha Sanches

 


Recordo o livrinho do fiscalista José Luís SALDANHA SANCHES, editado em 2004, creio, e que versava sobre os temas que envolviam a corrupção de então, como o famoso caso em torno da aquisição dos submarinos à Alemanha, que envolveram, claro, o BES ( e o dr. Ricardo), e em que o dr. Portas foi também um player muito especial, embora nunca se tivesse deixado chamuscar. Foi também nessa altura que o CDS viu entrar nos seus cofres avultadas verbas, especialmente de sócios que já tinham falecido. 

Eram crónicas que espelhavam um Portugal corrupto, antes e depois do 25 de A., uma espécie de contos de Natal em que o autor descrevia o modo como os esquemas de corrupção, activa e passiva, se desenvolvia, e transformou Portugal num país ainda mais pobre, injusto, desigual e afastado dos indicadores de desenvolvimento e de convergência dos países da Europa, que Portugal almejava atingir. 

Era, então como hoje, a imagem dum Portugal sequestrado por bandos organizados de mafiosos (institucionalizados) que, sentados em lugares de poder - seja da Justiça, da Política, da Finança - acabavam todos por dar as mãos para esbulhar a economia nacional a fim de enriquecer pequenos bandos organizados que eram, e são hoje, dirigentes desportivos, homens da finança, alguns autarcas, agentes do poder central, juízes-desembargadores, etc.

Saldanha Sanches talvez tenha sido o primeiro intelectual que, de forma, consistente, desenvolveu uma teoria da corrupção em Portugal, e a explicou como ela se operacionalizava no terreno dos múltiplos poderes que concorriam para ludibriar o Estado, via fuga aos impostos, e permitir que os agentes desportivos enriquecessem rapidamente à custa de expedientes ilegais, compra de poder, corrupção, tráfico de influências e através duma miríade de mecanismos e de esquemas mafiosos aos quais o Fisco, então, não estava tecnicamente preparado para reagir e travar. 

Não deixa de ser curioso que é, hoje, a sua mulher, Maria José Morgado, que vem dar uma cacetada nessa classe de corruptos disfarçada de homens de bem, até com aval de Estado, que se escondem atrás de instituições grandes como o SLB, que tem rapidamente de se libertar desses cancros que só geraram metástases nesse corpo social imenso chamado Portugal. 



Ver a acusação aqui


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quinta-feira

Re-evocar o genial Raul Brandão e revisitá-lo no seu Húmus..

 

Por muitas e variadas razões valerá a pena reler Raul Brandão, não apenas a sua passagem lapidar da primitiva infâmia..

O autor diz que nessa vila esquecida pelo tempo, deixada num abandono profundo, e que bem podia ser o Portugal contemporâneo: “…aqui se enterraram todos os nossos sonhos…”.



A Primitiva Infâmia

Desde que se cumpram certas cerimónias ou se respeitem certas fórmulas, consegue-se ser ladrão e escrupulosamente honesto - tudo ao mesmo tempo. A honradez deste homem assenta sobre uma primitiva infâmia. O interesse e a religião, a ganância e o escrúpulo, a honra e o interesse, podem viver na mesma casa, separados por tabiques. Agora é a vez da honra - agora é a vez do dinheiro - agora é a vez da religião. Tudo se acomoda, outras coisas heterogéneas se acomodam ainda. Com um bocado de jeito arranja-se-lhes sempre lugar nas almas bem formadas.

Raul Brandão, in "Húmus"

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Da húbris do PM ao arrependimento do ainda dirigente do SLB

 

DEUS ESCREVE DIREITO COM AS LINHAS TORTAS do Sr. Vieira, o empresário e o devedor-mor do Novo Banco, ou seja, devedor dos contribuintes portugueses que lhe a(m)param as finanças...
- Com efeito, existe um fundo de verdade no que escreve Vieira, e que tantos anos após o 25 de A. tenha, doravante, de retirar da sua Lista os nomes dos titulares de cargos políticos, mormente autarcas e até o PM, que deve ter sido mais uma ideia do "pai-Marcelo" para não deixar ficar mal o actual locatário do Palácio de São Bento, não tendo que o desautorizar publicamente.

O problema naquela verdade, é que nunca ninguém pensou que - nestes últimos 30 ou 40 anos de democracia representativa - as ligações entre Futebol, Política e Construção Civil - se tornassem o triângulo lamentável por onde perpassa doses massivas de corrupção, tráfico de influências, participação económica em negócio, como parece ser o caso que envolve o ainda dirigente do SLB.

Por isso, valeu bem a pressão pública feita sobre esta lamentável promiscuidade entre política e futebol, com perdões de dívida na ordem das centenas de M€ à mistura, pois assim até o PM (incauto e com excesso de húbris), e os demais autarcas - que gostam de estar sempre associados às suas massas associativas desportivas que dão sempre muito jeito nos contextos eleitorais, já pensarão duas vezes daqui para o futuro sempre que se coloque a mesmíssima questão de apoio aos dirigentes desportivos por parte dos agentes políticos em contexto eleitoral.

Não (querer) perceber isto é fingir-se de tolo, ou, mais grave, de pretender fazer os portugueses de tolinhos, até que estes tenham de recordar ao Sr. PM, como quem ensina às crianças e lembra ao povo, à moda de João de Barros, aquele célebre par de estaladas que o dr. João soares pretendia dar a um jornalista, e que por causa disso foi demitido do governo pela mão do próprio PM(e com a fundamentação etico-moral que se conhece).
Mais palavras para quê...


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quarta-feira

A Hubris de António Costa e a surpresa do PR na Autoeuropa

Costa lança recandidatura de Marcelo. Quer voltar à Autoeuropa no ...
[...]

Em visita à fábrica da Autoeuropa, esta quarta-feira, o primeiro-ministro falou de uma recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, ao referir que ambos estariam presentes numa visita à empresa num segundo mandato presidencial.(link, JN)
[...]
Toastmasters International -
Ver o PM, numa fábrica de Automóveis, a fazer campanha politico-partidária, é tão penoso quanto surpreendente.
- Revela desrespeito pelos trabalhadores da empresa Autoeuropa, que têm preocupações e necessidades distintas das do Largo do Rato e da carreira de A.Costa como novel PM;
- Desrespeito institucional pelo PR, que foi tomado de surpresa (ou não!!) por tais deslocadas e extemporâneas declarações politico-partidárias e respondeu de forma airosa, como é seu apanágio;
- E, no limite, um atropelo mental aos portugueses em geral por se verem, de súbito, e em pleno ambiente de pandemia, atropelados na linha de montagem mental dos desejos e ambições mais íntimas e secretas de A. Costa que, doravante, se confessa: quer ser, de novo, PM de Portugal.
- Não é comum ver tanto descomedimento no PM. Será que ele acha que a forma como tem resolvido os probemas do país merecem tanto excesso de confiança manifestado na esfera pública?

- A que se deve, afinal, aquele orgulho exagerado, aquela presunção, para não a designar mesmo como arrogância do poder!?. 

- Confesso que a imagem pública do PM, de forma paulatina, se tem vindo a desgastar, e não me refiro ao tema-problema dos fogos ou ao episódio grotesco de Tancos; reporto-me concretamente às declarações feitas no domínio da pandemia, como dizer que "nada faltava nos hospitais", quando nem máscaras havia para o pessoal médico. A população, essa, também em resultado das declarações falhadas do PM, porque falsas, tiveram de as comprar a preços altamente especulativos sem que as entidades fiscalizadoras do Estado - chefiado por A. Costa - actuassem a tempo e horas. 

- Durante alguns anos, o PM dinamizava a sua acção inspirado em alguma prudência e bom senso, ambos regulados por algum comedimento. Hoje, na presença de Marcelo, que o PM acha que é o seu certificado de aforro político para os próximos anos em S. Bento,  faz comícios partidários em fábricas estrangeiras instaladas em Portugal, e onde se montam veículos. Foi, ao mesmo tempo, caricato e desconcertante. 

-  Dito isto, a que conclusões podemos chegar acerca da conduta desviante do PM? É que A. Costa, na ânsia de cativar o poder em seu proveito, pretende já reservar o seu lugar cativo no cadeirão de S. Bento, ainda que algumas das suas condutas ou tiradas mais imprudentes revelem algo mais profundo: paixão obsessiva pelo poder, dinamizado por um carácter irracional e até desequilibrante. O que diriam os alemães se vissem a sua chancelarina, A. Merckel, fazer um pequeno comício numa visita a uma empresa, nacional ou estrangeira?! 

Ou, mais grave, será que o PM - naquela tirada na Autoeuropa, teve um mero descaso para com os demais actores da cena política portuguesa, achando que pode fazer tudo o que quiser no tabuleiro político...

Avarice, Hubris, Ignorance, Jealousy and Antagonism ...
- Até na relação que o PM tem com a banca se parece terrivelmente com a posição de Passos Coelho, o delegado da Troika em Portugal. Nunca pensei escrever isto, mas também nunca pensei constatar o desconhecimento do PM, por acção ou omissão, numa matéria tão relevante e sensível com os milhões que o erário público disponibiliza para a banca, sobretudo aquela que é tóxica, corrupta, não transparente e que esbulhou milhões a clientes particulares, como pequenos empresários (padeiros, comerciantes de pequenas lojas, etc) e médias e pequenas empresas que viram o seu fim às mãos da gestão fraudulenta do ex-DDT, Ricardo Salgado E. Santo - que ainda anda por aí...


- No passado, as pessoas, com ou sem poder, que cometiam transgressões, e que da sua acção resultavam prejuízos para terceiros com alteração da ordem social, eram castigadas. Pois não se compreende que milhares de pequenas e micro-empresas já tenham solicitado pedidos de apoio financeiro para segurar as suas pontas de tesouraria modesta e, volvidos dois meses de pandemia, a burocracia montada ainda não permitiu agilizar e canalizar esses fluxos financeiros para aquelas produtoras de riqueza. Ao invés,  um banco tóxico, de gestão obscura e sem estar sindicato, estala os dedos e saca quase 1B€ ao Estado mais pobre da UE. 

- Costa, lamento dizê-lo, está a ficar cada vez mais parecido com Passos Coelho, movido pela norma de ser forte com os fracos e fraco com a alta finança banco-burocrática deste país à beira-mar plantado. 

Hubris Syndrome | HR Revolution Middle East
- Contudo, desconhecemos se o PM, que faz hoje do PR o seu certificado de aforro a longo prazo, sem que Marcelo lhe tivesse pedido nada (tamanha humilhação!!!), irá ser castigado pelos deuses imortais que não perdoarão a sua cegueira da razão. Mas o povo português, e com a sorte de o PM não ter oposição sólida no PSD (pois ela apenas desponta no BE) - pode não querer esquecer-se dos incêndios de Pedrogão de 2017, da comédia-trágica de Tancos, do colapso da estrada de Borba, da subjugação à banca, etc. 


Os portugueses, por vezes, têm memória e não gostam do excesso de confiança, dessa insolência disfarçada de bonomia tão característica da conduta do atual PM que pretende, hoje, reservar o lugar do seu futuro político à boleia do seu antigo professor e que se posiciona na velha direita portuguesa.

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